MONOGRAFIA: Pedagogia per a una memòria democràtica
Professora auxiliar no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e investigadora na sua unidade de investigação, UIDEF – Investigação & Desenvolvimento em Educação e Formação. Doutorada em Educação – História da Educação pelo mesmo Instituto de Educação. Tem publicado sobre história da educação, pedagogias do ensino superior e educação artística. UIDEF, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa, Portugal Orcid: http://orcid.org/0000-0003-4848-8183. Correio eletrónico: apaz@ie.ulisboa.pt
Este artigo procura discutir o modo como em Portugal o Estado Novo (1933-1974), através do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN, 1933-1944), o organismo dedicado à conceção e divulgação de propaganda –depois reformado como Secretariado Nacional de Informação (SNI, 1944-1968) e mais tarde como Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT, 1968-1974)– criou a sua própria memória histórica, sem que no essencial tivessem sido discutidos e desmontados estes processos de produção da imagem do regime. Em particular, situo-me na produção de atualidades cinematográficas e nas principais séries de noticiários que marcaram o salazarismo, o Jornal Português: Revista de Atualidades Cinematográficas (1938-1951) e o Jornal de Atualidades: Imagens de Portugal (1952-1974). É sobre a primeira destas séries que acredito terem sido gizadas as principais políticas da memória, visto que a sua cronologia cobre parte fundamental dos conflitos que atingiram Portugal no plano internacional –Guerra de Espanha, Segunda Guerra Mundial– e que, por isso mesmo, obrigaram o governo a garantir, sucessivamente, a legitimidade da sua independência nacional e do regime político. Essa garantia foi estabelecida pela diplomacia de Salazar no plano externo e pela propaganda no plano interno.