Reflexions i assaigs
Juliana Franzi. Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e Professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA – Foz do Iguaçu, PR).
E-mail: juliana.franzi@unila.edu.br
Ulisses Ferreira de Araújo. Professor Titular da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP Leste). Email: uliarau@usp.br

A obra O sofrimento do jovem Werther, escrita por Goethe (2001), em 1774, revela o drama de um jovem que se apaixona por Charlotte, uma mulher casada com Alberto. Werther sente-se, de certo modo, correspondido por Charlotte, contudo o perturba o fato de não poder consumar sua paixão. Depois de muito sofrer, Werther pede uma pistola emprestada para Alberto e se mata.
Como destaca Konder, «Lessing lamentou a ‹fraqueza› decorrente da educação cristã: um jovem grego ou romano, consciente de seus compromissos com a sociedade, jamais se suicidaria por amor» (Konder, 2007, p. 28).
Com efeito, conforme Martuccelli, na sociedade contemporânea «o amor aparece como o único ideal pelo qual um número considerável de pessoas está disposto a morrer » (Martuccelli, 2016, p. 146). Afortunadamente, distinto, da história narrada por Goethe, na atualidade este ideal não envolve um sacrifício efetivo. Entretanto, de modo geral, observa-se uma transformação significativa, uma vez que, os motivos pelos quais as pessoas se mostravam dispostas a morrer outrora eram, por exemplo, a Pátria, Deus ou a Revolução (Martuccelli, 2016).